maio 15, 2008

Asas transparentes


Ao que se limita nossa mente, se restringe nossos atos.
Impensados, intransigentes, inconseqüentes, eloqüentes...
A que ponto a lúcida loucura nos transmite a sabedoria da vida?
Com o vento sussurrando palavras em meu ouvido, assim me faço sem limites.
Antes negados por meu inconsciente, vou ao alcance como o levitar de um pássaro.
Em céu aberto de minha mente, busco o que me torna mais do que sou.
Grito nas alturas em meio às nuvens carregadas
Deixo que escorra em meu corpo cada gota de chuva
Volto assim renovada...
Pássaros acenam ao longe com seus cantos e encantos
Vejo-me distante de tudo e perto de muito do que desejo.
Me sinto em paz...
Sinto o ar que bate em meu rosto, me fazendo respirar.
Vejo diante das alturas todos os obstáculos que recuei
Como se tornaram pequenos perto de tanta grandeza!
A força que me ergueu, agora me faz retornar.
Pouso em meu silêncio e começo então a pensar...
Por que Deus não nos deu asas para poder voar?

Cristiana Carlos de Andrade

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