maio 15, 2008

Silêncio



Eu sempre imaginei que as palavras diriam tudo
Tudo o que meu coração sonhava.
Vivi uma grande ilusão.
A ilusão de que, em meu silêncio ,bastava sentir.
Todos entenderiam, minha dor seria confortada
O amor, retribuído
Quando me partí quase que por inteiro
Descobrí que dor maior era a do amor que não sabia se fazer nascer.
Um amor não vivido se carrega pela vida em sofrimento.
E pior que aquela dor não era nem sabida
Nem por ela, nem por ninguém.
Ela foi muito amada, mas nunca teve certeza disso
Pensava talvez como eu , que tudo fosse uma brincadeira.
Éramos dois adolescentes que nada sabiam da verdadeira vida
Meu coração ficou calado
De minha boca não saia mais nada
Nem um gesto mais ousado.
Nada que pudesse ser entendido
Me enchí de palavras que não tinha coragem de dizer
Meu coraçao guardou declarações que ao coração dela pertenciam
O amor da minha melhor época foi-se para sempre
O tempo passou , tudo aconteceu
Tudo , inclusive nada.
Nada como eu tinha sonhado
Foi, como foi possível.
Muitos amores ainda tive
Poucos de morte matada
Mas, pelo menos os vivi
E nunca mais deixei de gritar meu sentimento
Deixei apenas de pensar
Sofrí um bom sentimento
Recorrí aos anos dourados
Aquela metade do século passado
Quando eu ainda acreditava que bastava sentir para viver.


Cris

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